Posted by andrewschaefer on Aug 21, 2018 20:29:21 GMT -3
Nesse dia 29 de Agosto, o programa americano Watch What Happens Live with Andy Cohen recebeu a cantora alemã Lola Blanc pela primeira vez. A artista foi para divulgar o seu single Artificial e explicar o conceito do mesmo, tendo em vista que muitas pessoas não captaram a mensagem que estava querendo ser transmitida. Ao final do programa, ela ainda cantou a música para aqueles que não a conheciam.
AC: Hoje nós receberemos no palco de nosso programa uma cantora que iniciou o seu trabalho recentemente mas já garantiu uma boa posição nas paradas mundiais. Por favor, recebam a Lola Blanc!
*Lola entra no palco e o público aplaude. Ela agradece os aplausos e se senta ao lado de Andy*
LB: Oi, Andy!
AC: Olá, Lola, tudo bem?
LB: Tudo sim, e com você?
AC: Eu também estou bem, obrigado por perguntar! Bem, vamos começar falando de você! Você iniciou os seus trabalhos profissionalmente recentemente, certo?
LB: Digamos que sim... Apesar de já cantar em casas noturnas antes, eu assinei contrato com a gravadora apenas há pouco tempo.
AC: Esse contrato permitiu que você lançasse o seu primeiro single oficialmente, não foi?
LB: Foi. 'Artificial', o nome.
AC: Primeiramente parabéns pela sua estreia na décima segunda posição. Como foi a sensação?
LB: Não poderia ser melhor, e eu nem tina lançado um clipe ainda e as pessoas já haviam gostado assim. Imagine agora que eu lancei!
AC: Que bom que você tocou no assunto do clipe... Eu queria te fazer algumas perguntas porque algumas mensagens realmente não consegui captar, então, se você poder explicar pra mim e pro pessoal de casa também, seria ótimo.
LB: É claro!
AC: Primeiro... As Lola's são ou não pessoas diferentes no roteiro?
LB: Apesar de eu, obviamente, ter interpretado as duas, são personagens diferentes sim. (risos)
AC: Quem é a primeira personagem? A de azul?
*Imagens do clipe apareciam na tela*
LB: É no mesmo sentido da canção. Representa a humanidade como um inteiro, só que mais especificamente, a humanidade no início de sua existência. Por isso que quando eu falo que o mundo não parece mais o mesmo de quando eu era uma criança, a Lola de azul aparece abrindo os olhos, uma referência ao abrir dos olhos de um bebê recém-nascido.
AC: E a Lola de rosa?
LB: A mesma coisa mas em um tempo diferente. Somos nós atualmente, a humanidade de agora. Na verdade, as cores das roupas foram muito bem pensadas visando isso. Antigamente, e talvez ainda hoje, o azul era considerado uma cor de inocência e tranquilidade; enquanto o rosa era considerado de brutalidade e força porque era próximo ao vermelho. Bem, podemos ver a inocência no início de nossa história e a brutalidade no nosso período atual.
AC: Incrível. Bem, falando em cores... O que são aqueles líquidos naqueles tubos? Eu fiquei completamente louco tentando achar uma explicação lógica, mas não consegui!
LB: Você já jogou algum jogo virtual de RPG?
AC: Nunca.
LB: Geralmente nós temos duas barrinhas nesses jogos: uma vermelha que representa a vitalidade, o sangue; e uma azul que representa a mana, ou seja, a magia.
AC: O que isso tem a ver?
LB: Quando eu canto que vivemos como se isso fosse um jogo de sobrevivência é exatamente uma referência a esses jogos de RPG. Eu colocaria "We live as if it was an RPG game", mas a soronidade era bem melhor com 'surviving', e, bem, esses jogos não deixam de ser de sobrevivência, né? (risos)
AC: E quanto ao clipe?
LB: Oh, sim, desculpe. O líquido vermelho representa o sangue também, mas o sangue arrancado da natureza: de árvores arrancadas, de animais que ficaram sem abrigo, da atmosfera poluída, etc. É um sangue figurado, que indica apenas a destruição do nosso planeta. Temos também o líquido azul, que é a magia. O que seria a magia nos tempos contemporâneos? A tecnologia, é claro! Imagine como seria para um ser humano do período neolítico ver tudo o que fazemos. Magia! É essa a pegada.
AC: Impressionante, eu jamais imaginaria isso. E as flores significam alguma coisa também?
LB: Claro, foi tudo pensado. Quando alguém querido morre, costumamos levar flores ao túmulo. Bem, as flores representam exatamente a morte da natureza, como se estivéssemos em luto por sua morte. Mas, em um certo momento, a Lola de rosa joga todo o líquido vermelho no chão, o que indica o seu total descaso para com a destruição da natureza. As flores são apenas fachada para fingir que se importa com alguma coisa.
AC: Um tanto profundo.
LB: Outra cena que denuncia a hipocrisia e a falsidade na sociedade é a que a Lola está com aquele plástico na cabeça como se quisesse proteger da chuva, mas não chove. Por que será? Toda a chuva está sendo jogada na natureza, como é visto que é jogada na Lola de azul, inclusive há momentos de chuva para ela. Bem, até então, isso está afetando apenas a natureza, por isso a chuva não nos atinge, então simplesmente fingimos nos importar colocando capas de chuva para nos proteger de algo que não nos atinge, mas esquecemos quem realmente sofre com tudo isso. Logo seremos nós também...
AC: Entendi, mas vamos esquecer as coisas da Lola de rosa e vamos para a Lola de azul! O que era aquele plástico?
LB: O plástico basicamente separava os mundos das duas Lola's. A Lola de azul estava presa atrás dele justamente por que ainda não havia passado para o mundo desenvolvido de hoje e ainda mantinha sua inocência. Ela vê a natureza morrendo e vê toda a magia do lado de fora do plástico, apesar de toda a destruição estar sendo jogada em sua direção. Então, ela sente curiosidade em sair para desbravar esse novo mundo, motivo pelo qual tenta loucamente rasgar aquele plástico, fazer qualquer coisa para se soltar.
AC: Mas ela nunca consegue. Por que?
LB: Talvez porque ela não esteja preparada. Sua inocência ainda é muito grande. No final do vídeo, ela aparece enrolada no plástico, mas ainda sem sair dele. Isso significa que ela simplesmente se acomodou onde estava. Não participava da destruição, mas a via sem fazer nada. É nesse momento em que considero que a Lola de azul morre. A humanidade passou por esse momento e se tornou a Lola rosa. É como um conflito entre duas gerações o clipe inteiro, entende? Se houvesse uma continuação, veríamos a Lola de azul vestindo uma roupa rosa e jogando mais líquido no plástico até que isso começasse a atingi-la. É a nossa sociedade atual.
AC: Por que não incluir essa continuação no clipe?
LB: Eu acredito que aquilo já tenha sido suficiente. Não sei se as pessoas captaram a mensagem somente com o que foi dado, mas não achei necessário contar toda a história até os dias atuais, até porque só é preciso pensar um pouco para perceber que a humanidade já foi a Lola de azul e hoje é a Lola de rosa. Eu acredito que hoje já nascemos rosa, é quase impossível nascer azul.
AC: E você critica tanto nossa sociedade rosa, mas também não é azul, é uma de nós... Qual o sentido?
LB: Somos rosa, sei que estamos errados em destruir a natureza assim para o nosso benefício próprio. Mas, pelo menos, não sou aquela que coloca falsas flores para depois destratar o meio ambiente. Eu sou melhor do que isso. Se todos pudéssemos ao menos colocar flores verdadeiras, muita coisa já mudaria. Mas somos falsos e hipócritas, ou pelo menos a maioria de nós, para com o nosso próprio planeta.
AC: Bem, Lola, então, para encerrar, você poderia cantar sua música pra gente?
LB: Claro!
*Lola se levanta e canta Artificial*